Danças indígenas
Culturas Populares 07 - Crédito Acervo IRDEB (Flickr Secult)De acordo com estudiosos da cultura popular, a capoeira nasceu dentro das senzalas como divertimento dos escravos e, ao mesmo tempo, luta. No Brasil, esta tradição, que envolve música, dança, arte marcial e questões identitárias, se sobressai na Bahia, com grande concentração de praticantes em Salvador. O respeito ao mestre e o sentimento de fraternidade são características comuns tanto na modalidade de capoeira regional quanto na angola. A capoeira também é marcada pela presença de orquestras de berimbau, um dos instrumentos musicais mais antigos do mundo, responsável por embalar os passos dos lutadores. Proibida por lei decretada em 1890 e perseguida por autoridades policiais, a atividade permaneceu criminalizada na Bahia até as primeiras décadas do Século XX. A tradição, hoje presente em 150 países, foi declarada patrimônio cultural brasileiro, em 2008.
O maculelê surgiu, conforme os folcloristas, nos canaviais de Santo Amaro. A manifestação consiste em uma dança guerreira, na qual seus integrantes, providos de um bastão de madeira ou fação, cruzam-nos no ar com batida que obedece ao ritmo percussivo. O folguedo, que comemora a capacidade de resistência dos negros no período da escravidão, foi introduzido aos poucos nas academias de capoeira por seus mestres como estratégia de preservá-lo. O mais antigo representante da capoeira angola em Ilheus, Mestre José Virgílio dos Santos, de 75 anos, é envolvido com a tradição desde os nove anos de idade. Virgílio graduou-se contramestre (grau anterior ao de mestre) com o conhecido professor João Grande, que foi aluno do Mestre Pastinha. Além de viajar pelo país difundindo a atividade como ferramenta de socialização, Mestre Virgílio coordena a Associação de capoeira Angola Mucumbo e dá aulas gratuitas na comunidade de Olivença.
Territórios de Identidade: Agreste de Alagoinhas/ Litoral Norte, Bacia do Jacuípe,