DANÇA É EDUCAÇÃO: INTERFACES ENTRE CORPOREIDADE E ESTÉTICA

PORPINO, K. de O. Dança é educação: interfaces entre corporeidade e estética. Natal: EDUFRN, 2006.

DANÇA É EDUCAÇÃO: INTERFACES ENTRE CORPOREIDADE E ESTÉTICA

Porpino (2006,p.46) afirma que na simplicidade da vivência cotidiana, o corpo mostra sua forma de expressar-se no movimento diário de viver cada instante de forma inédita. Desse modo, o corpo humano vive sua infinita capacidade de modificar-se e interpretar-se na simplicidade do viver diário, bem além das explicações filosóficas, científicas ou esotéricas. Contudo esta simplicidade guarda em si as múltiplas e complexas relações. A autora diz que por um simples gesto de brincadeira de criança a uma complexa coreografia de dança, o corpo expressa a simplicidade de existir na complexidade de suas relações com o mundo. Isto porque, tanto no brincar ou no movimento de um espetáculo, os corpos expressam seus gestos momentâneos. Desse modo, a autora defende que através da corporeidade é possível compreender a existência do ser humano. Desse modo ela reflete sobre a dança na perspectiva da experiência estética.
Segundo Porpino (2006,p.47), a filosofia parmenidiana e platônica é responsável pela visão dicotômica de corpo, tal qual foi compreendido na cultura Ocidental. O termo corporeidade surge na Filosofia na Idade Média, com o filósofo Duns Scott. Porpino assegura que no século XX, o termo corporeidade, é retomado por Merleau-Ponty, com a fenomenologia e seus estudos sobre a relação do corpo com o mundo e a indivisibilidade corpo-mente. No entanto, ainda no século XIX, Nietzsche defendia a mundanalidade do corpo como condição geradora de vontade de potência transformadora de conceitos estagnados por uma moral indiscutível (NÓBREGA,1999 apud PORPINO,2006,p.47).
Conforme Porpino (2006, p.48) o desejo de cerceamento do mundo-verdade e a ânsia por desve¬lar uma nova perspectiva de mundo e de homem em Nietzsche leva para uma possível compreensão de corporeidade, mesmo corporeidade não sendo um