dama da noite
A estilística do autor nos faz desenvolver um tipo de cumplicidade com a protagonista, que conta suas desventuras num mundo onde contrariar a lógica é sinônimo de exclusão. Além disso, muitos dos termos utilizados fazem parte de nosso cotidiano, distante de uma linguagem rebuscada e pouco compreensível. Esse elemento contribui para que o que se desenrola no texto seja revestido de uma aparência real, dada a proximidade com o que habitualmente chega aos nossos ouvidos. Ao longo da historia, a personagem analisa o movimento das pessoas ao seu redor –que vai de acordo com a dinâmica vigente –, ao passo que se descreve por fora do movimento da vida. Comenta sobre a vontade de rodar na roda da vida e também sobre seu nojo por ela. Relembra a esperança existente em outra época, afirmando: “a gente teve uma hora que parecia que ia dar, ia dar, sabe quando vai dar?”, para em seguida apontar os problemas vividos pelo boy e por todos os que rodam na roda atual e dançam conforme a música. E apresenta o motivo pelo qual sai quase todas as noites de sua casa: O Verdadeiro Amor. É ao falar sobre ele que abandona um discurso de tom melancólico e pessimista para dar vez ao otimismo de encontrá-lo, que seria diferente de todos aqueles que frequentam o bar e andam pelas ruas. É uma