Da modinha a revolução sexual
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‘’ Da modinha à revolução sexual’’ Autora: Mary Del Priore Na passagem do século XIX para o XX, enquanto consolidava-se entre nós a República, é lentamente percorrido todo um pedregoso caminho para que os indivíduos ousassem se libertar da influência da religião, da família, da comunidade ou das redes sociais estabelecidas pelo trabalho. Como já se viu, novos comportamentos tiveram início, no fim do XIX, comportamentos marcados por enorme transformação social e econômica. Novas formas de pensar e viver rompeu com a questão histórica da relação entre homens e mulheres. A revolução científica- tecnológica foi a mola propulsora de tais transformações, pois se fez sentir nos hábitos do cotidiano e por conseguinte nas formas de relacionamento, a vida foi influenciada pela industrialização e urbanização de cidades, os novos valores foram substituindo aqueles antiquados do mundo rural, o número de filhos por exemplo foi diminuindo, caindo de 10 a 15 filhos para 5 ou 6 em média. Consagra-se o casamento civil, a intensa vida de cafés e confeitarias, a injeção contra a sífilis. Jovens libertam-se dos pais e o casamento romântico tornou-se o sistema dominante de consórcio. A escolha do cônjuge já era então assunto dos enamorados. Mas só em tese, pois na prática a influência familiar e do círculo de amigos era fortíssima. A transformação na família estava ligada principalmente com a decadência da elite agrária e com a migração constante dos filhos homens dessa elite para o sul, que desposavam mulheres de outras regiões e punham em risco a tradição de suas famílias, a urbanização e a industrialização traziam mais novidades. Novidades impostas de forma desigual em todo o país, somadas ao êxodo campo-cidade, acabavam por diluir as redes tradicionais de sociabilidade.