da matta e o brasil

A Identidade do Brasil: Analisando a Obra de Roberto DaMatta

Roberto Augusto DaMatta nasceu em Niterói, no ano de 1936, e lá vive até os dias atuais. Foi lá também que formou-se Bacharel em História e onde encontrou sua vocação como professor e pesquisador. Segundo seus biógrafos, DaMatta é um dos autores mais citados em trabalhos acadêmicos na área das chamadas “ciências sociais” no Brasil, estando atrás apenas de três pensadores – todos de fora do país – nos quais ele próprio inspira parte de suas reflexões, seja para embasar-se ou contestar: Karl Marx, Max Weber e Pierre Bourdieu. Em suas próprias palavras, “Sempre li entre fascinado e respeitoso os clássicos do pensamento sociológico francês, alimão e inglês” (DaMatta, 1984: 124).

DaMatta é um pensador interdisciplinar, visto que, como já foi citado, é graduado em História, mas, desde os primórdios de sua carreira, enveredou pelos caminhos da Antropologia Social, da Sociologia e, porque não dizer, da Filosofia. Sua preferência pela Antropologia Social, pelo “ser” sociólogo, é notória, visto que ele assume esse papel e, como gosta de dizer, veste a “máscara”, ou o “disfarce de antropólogo social” – em alusão a uma de suas temáticas prediletas, o carnaval. Suas escolhas metodológicas, teóricas e suas problemáticas também denunciam esta preferência. Mas que fique claro que sua obra não se detém nesta área do conhecimento, ultrapassando em muito a fronteira da antropologia – se é que ela existe.

Esse entendimento acerca das diversas “personalidades” que assumimos cotidianamente fica bem claro na literatura “damattiana”.

não sei como fui capaz de escrever e enviar esta crônica antes do famoso, eletrizante e definitivo “fechamento” do jornal, depois de observar com intensidade o baile que um amigo-discípulo me conduziu, e que era bem a imagem real desse tempo de licença no qual se pode fantasiosamente “fazer tudo”. Claro que fui devidamente disfarçado de antropólogo social, esse papel cuja marca é