Da Guerra Fria Introduc O
DA GUERRA FRIA A NOVA ORDEM MUNDIAL
No século XVI, o filósofo Thomas Hobbes afirmou que a guerra não é caracterizada apenas pela luta nos campos de batalhas, mas também pelo período de tempo em que a vontade de entrar em conflito é conhecida pelas partes envolvidas. Uma “vontade de lutar” dominou o cenário internacional entre o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e o final da década de 1980. Esse período tornou-se conhecido como “Guerra Fria” e teve como protagonistas as duas superpotências: EUA e URSS. “Guerra Fria” porque não foi travado um conflito armado direto entre os dois Estados, mas o confronto ocorreu por meio da intimidação, de boicotes econômicos, espionagem, propaganda, diplomacia. Além disso, envolveu conflitos militares propriamente ditos localizados fora do território desses dois grandes opositores, sendo que muitas vezes eles próprios participaram diretamente com seus arsenais e suas tropas.
Esse conflito, fruto da bipolaridade que marcou a política internacional ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), conforme veremos no primeiro capítulo, manteve o mundo em estado de perigo iminente de guerra mundial, pois tanto os EUA quanto a URSS, sobretudo o lado norte-americano, defendiam a idéia de que apenas a constante ameaça de um confronto nuclear e o conseqüente extermínio das partes em conflito poderia garantir a paz mundial (paz armada). Dentro desta lógica, a paz seria impossível. Esse discurso, muitas vezes, se caracterizou mais pela ameaça fatalista do que por ações concretas que demonstrassem que o fim da civilização estava para acontecer a qualquer momento.
Direta ou indiretamente, todas as nações participaram da Guerra Fria, que teve entre suas conseqüências milhões de vítimas fatais, países invadidos, por razões quase sempre pouco nítidas para a opinião pública mundial, mas que estavam claramente inseridas nos projetos de hegemonia, seja norte-americana ou soviética.
Quais seriam esses