Céu azul
No primeiro capitulo do livro, raízes do Brasil, Sergio Buarque critica o personalismo exagerado (que não tolera compromissos) e suas consequências e procura no que ele chama de falta de coesão em nossa vida social, responsabilizando o tipo de colonização realizada pelos portugueses em especial comparados à América inglesa e espanhola, dizendo ser esta uma colonização de mera exploração realizada por uma nação de mentalidade nobre e ociosa. A primeira característica do português é o espírito aventureiro e o desejo exploratório voltado apenas para o enriquecimento da metrópole.
Sérgio Buarque critica também a mentalidade tradicional que ele chama de sociedade de privilégios, e atribui a aversão ao trabalho manual e mecânico a responsabilidade pela exploração indiscriminada da colônia ao invés da preferência pelo seu desenvolvimento, ou seja, o Brasil colônia só seria visto como uma dispensa, no qual o que faltasse para a metrópole seria suprido através da exploração exacerbada da colônia.
Tais pensamentos fizeram com que ocorresse na colônia um atraso, sendo representado pelas tradições tanto nobiliárquicas quanto católicas prejudicando o desenvolvimento da colônia como consequência de um atraso da própria metrópole.
Na segunda parte do seu livro, Sergio Buarque faz uma descrição de dois tipos de personalidades encontradas na época, os trabalhadores e os aventureiros, onde o perfil do colonizador português seria um perfil de aventureiro. O fato de ser o português um povo voltado às aventuras que aqui representavam os descobrimentos, com o intuito de conquistar novas riquezas sem levar em conta os frutos que seriam colhidos em forma de trabalho que a colônia viria a oferecer. Esse espírito aventureiro pode ter sido benéfico ao português pois ele se adaptou melhor as regiões tropicais.
Observa-se também a herança rural implantada pelos portugueses que se somava a um atraso em relação às técnicas utilizadas para o