Células tronco
ESTOCOLMO - Os cientistas que renovaram a pesquisa de células-tronco e abriram caminho para uma revolução na engenharia de tecidos são os ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina de 2012, anunciado esta manhã, pelo Instituto Karolinska, na Suécia. Os nomes do britânico John Gurdon e do japonês Shinya Yamanaka estavam entre os favoritos para receber o prêmio. Gurdon por ter feito nos anos 60 as descobertas fundamentais que levaram Yamanaka, décadas depois, a encontrar um caminho para obter uma nova fonte de células-tronco, quase tão versáteis quanto as embrionárias.
Yamanaka é um dos especialistas em engenharia de tecidos mais conhecidos do mundo. O instituto que concede o Nobel de Medicina informou em nota que os dois foram premiados por terem descoberto que células-maduras e especializadas podem ser reprogramadas para se transformar em células imaturas capazes de se desenvolverem em todos os tecidos do corpo. “Suas descobertas revolucionaram nosso conhecimento de como as células se organizam e se desenvolvem”, disse a nota do Karolinska.
Diferentemente de várias outras descobertas laureadas com o mais importante prêmio da medicina, os trabalhos de Gurdon e Yamanaka têm aplicação direta no desenvolvimento de novas terapias celulares. Em 1962, John B. Gurdon rompeu um paradigma da ciência ao mostrar que a especialização das células é reversível. Numa experiência hoje clássica e na época herética, ele substituiu as células imaturas do núcleo de um óvulo de um sapo pelo núcleo de uma célula intestinal madura. Com isso, ele modificou o óvulo que se desenvolveu como um girino.
Gurdon provou que o DNA da célula madura ainda tinha toda a informação necessária para desenvolver todas os tipos de células que formam um sapo. Quatro décadas depois, Yamanaka descobriu como fazer para que células adultas de camundongos fossem reprogramadas em células-tronco imaturas. Realizada em 2006, a descoberta teve imenso