Células Tronco
No indivíduo adulto, diferentes tecidos possuem a capacidade de renovação ou ao menos de reparação total ou parcial; o sangue e a epiderme, por exemplo, estão constantemente se renovando enquanto outros tecidos, como o hepático, podem ser reparados por completo enquanto outros, como músculos ou tecidos nervosos, apresentam um potencial reduzido de reparação. Este potencial está relacionado à presença de células tronco que se encarregam da reparação, proliferando e se diferenciando em diferentes tipos celulares encontrados nos tecidos, as chamadas células tronco adultas.
Dentre estas, podemos destacar as células tronco hematopoéticas (CTH) e as células tronco mesenquimais (CTM). Ambas podem ser encontradas na medula óssea (MO). As CTM diferenciam-se in vitro e in vivo nos quatro tipos celulares principais que formam a micro-arquitetura da medula: adipócitos, condrócitos, osteócitos e células estromais. A interação das CTH com este micro-ambiente permite a constante renovação do tecido sanguíneo, viabilizando a hematopoese.
Ao contrário das CTE, terapias a base de CTH são utilizadas há mais de 30 anos, na reconstituição do sistema hematopoético por meio do transplante de medula óssea. No transplante, a incompatibilidade entre doador e receptor pode resultar na chamada doença do enxerto contra o hospedeiro ou GVHD (graft versus host disease), quando as células transplantadas (portanto, do sistema imune doador) reconhecem o organismo receptor como não-próprio. As células tronco mesenquimais também podem vir a ser utilizadas na redução da GVHD nos transplantes, pois há fortes indícios de que elas reduzem a resposta imunológica, por seus efeitos sobre linfócitos T e sobre células dendríticas.
Além dos usos relacionados ao sistema hematopoético, as células tronco mesenquimais e hematopoéticas vêm sendo utilizadas de maneira crescente na tentativa de restaurar ou repor tecidos danificados ou doentes. Estas abordagens se