Células-tronco e aids
Cada vez mais pesquisas mostram que as células-tronco podem recompor tecidos danificados e, assim, teoricamente, tratar problemas, como alguns tipos de câncer, o mal de Parkinson e de Alzheimer, doenças degenerativas e cardíacas ou até mesmo fazer com que pessoas que sofreram lesão na coluna voltem a andar.
Há dois tipos de células-tronco: as extraídas de tecidos maduros de adultos e crianças ou as de embriões. No caso das extraídas de tecidos maduros como as células-tronco são mais especializadas e dão origem a apenas alguns tecidos do corpo.
Já as células-tronco embrionárias cada vez se mostram mais eficazes para formar qualquer tecido do corpo. O problema é que, para extrair a célula-tronco, o embrião é destruído.
Segundo os cientistas, seriam usados apenas embriões descartados pelas clínicas de fertilização e que dificilmente resultariam em uma gravidez. Ou seja, embriões que provavelmente nunca se desenvolverão.
Porém, essa ideia esbarra na oposição de setores religiosos e grupos anti-aborto que consideram que a vida começa no momento da concepção.
Para tornar a questão ética ainda mais complexa, o implante de células-tronco seria mais eficaz se extraído de um embrião clonado do próprio paciente, pois evitaria o risco de rejeição. Esse procedimento só não serviria para pessoas que apresentam doenças genéticas.
Em 2005 o Congresso brasileiro aprovou a “Lei de Biossegurança” – que, entre outros aspectos, autoriza o uso de células-tronco embrionárias para fins de pesquisa. Mas, naquele mesmo ano, a Procuradoria Geral da República entrou com uma ação de inconstitucionalidade contra a lei.
Desde então, os estudos com células-tronco embrionárias estão suspensos no Brasil e o tema está sendo discutido no Supremo Tribunal Federal. A proibição das pesquisas foi baseada no argumento de que dois princípios constitucionais são violados nessa circunstância: o direito à vida e à dignidade dos embriões. Mas, já serão estes embriões seres