CÉLULAS HEPÁTICAS
Foto: Marcos Santos
Células hepáticas
O tratamento de diabetes do tipo 1, doença genética que destrói as células responsáveis pela produção de insulina, pode estar dentro do próprio paciente. Uma pesquisa pioneira no Brasil conseguiu obter estruturas semelhantes às ilhotas pancreáticas a partir de células-tronco do figado. As ilhotas são um aglomerado de células secretoras de hormônios que atuam na manutenção do metabolismo energético e no funcionamento equilibrado do corpo. Dentre eles, está a insulina, que reduz a taxa da glicose do sangue.
"Pessoas com diabetes do tipo 1 possuem uma anomalia genética que faz com que o pâncreas destrua essas ilhotas", explica a bióloga Adriana Ribeiro Leite. Em seu doutorado pela Faculdade de Medicina (FM) da USP, Adriana quis descobrir se seria possível que as células ovais hepáticas se transformassem em estruturas semelhantes às ilhotas. "A idéia é que, ao serem implantadas no diabético, elas possam produzir insulina, e sem risco de incompatibilidade ou rejeição".
Para obter essas "pequenas ilhas de células", foram empregadas células-tronco adultas, que podem se diferenciar em alguns outros tipos de célula. "Mas é difícil isolar, mesmo experimentalmente, as células-tronco do pâncreas", conta Adriana. A bióloga encontrou no figado a alternativa para esse problema. "Os dois órgãos têm a mesma origem embrionária, o que lhes confere algumas semelhanças", explica.
Trans-diferenciação
Por meio de injeção de substâncias químicas aplicadas em ratos, Adriana induziu a cirrose hepática, lesão que degenera células do figado. Como todos os órgãos produzem células-tronco para regenerar lesões, o experimento fez o com que o figado produzisse as suas, a fim de repor as células lesadas.
As células ovais hepáticas dos ratos foram isoladas e colocadas numa placa de cultura com fatores de crescimento específicos para induzir sua diferenciação em ilhotas pancreáticas.
A pesquisadora verificou que