Curso do Senado de Nova Ortografia
1904
O foneticista Gonçalves Viana (1840-1914) publica, em Lisboa, a maior obra sobre ortografia da língua portuguesa, a Ortografia Nacional, que foi adotada pelo governo português como oficial em 1911. Nela, o estudioso apresenta proposta de simplificar a ortografia:
• eliminação dos fonemas gregos /th/ (theatro), /ph/ (philosofia), /ch/ (com som de < k >, como em chimica), /rh/ (rheumatismo) e /y/ (lyrio);
• eliminação das consoantes dobradas, com exceção de < rr > e < ss >: ‘cabello’ (=cabelo); ‘communicar’ (=comunicar); ‘ecclesiastico’ (=eclesiástico); ‘sâbbado’ (=sábado).
• eliminação das consoantes nulas, quando não influenciam na pronúncia da vogal que as precede: ‘licção’ (=lição); ‘dacta’ (=data); ‘posthumo’ (=póstumo); ‘innundar’ (=inundar); ‘chrystal’ (=cristal);
• regularização da acentuação gráfica.
1907
A partir de uma proposta do jornalista, professor, político e escritor Medeiros e Albuquerque, a Academia Brasileira de Letras (ABL) elabora projeto de reformulação ortográfica com base nas propostas de Gonçalves Viana.
1911
Portugal oficializa, com pequenas modificações, o sistema de Gonçalves Viana.
1915
A ABL aprova a proposta do professor, filólogo e poeta Silva Ramos, que ajusta a reforma ortográfica brasileira aos padrões da reforma portuguesa de 1911.
1919
A ABL volta atrás e revoga o projeto de 1907, ou seja, não há mais reforma.
1931
A Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras assinam acordo para unir as ortografias dos dois países.
1933
O governo brasileiro oficializa o acordo de 1931.
1934
A Constituição brasileira revoga o acordo de 1931 e estabelece a volta das regras ortográficas de 1891, ou seja, ‘ortografia’ voltaria a ser grafada ‘orthographia’. Protestos generalizados, porém, fazem com que essa ortografia seja considerada optativa.
1943
Convenção Luso-Brasileira retoma, com pequenas modificações, o acordo de 1931.
1945
As modificações introduzidas