curriculo
Maria Teresa Esteban - Não. Nem acho que seja desejável. A avaliação é uma atividade significativa em muitas situações de nossas vidas, inclusive na escola. Porém, acredito ser possível, sim, acabar com a avaliação classificatória no cotidiano escolar. A avaliação é vinculada ao resultado da relação ensino/aprendizagem. Não é entendida como parte do processo.
Os estudantes estão satisfeitos com a forma como são avaliados? Eles entendem e aprovam este tipo de avaliação?
Maria Teresa - Alguns alunos e alunas entendem e estão satisfeitos, especialmente os que obtêm sucesso. Outros entendem e não estão satisfeitos. E ainda há os que não entendem. Atualmente, há processos diferentes de avaliação sendo realizados até no mesmo espaço escolar. Embora reconheça a existência de diversas possibilidades, resumidamente, diria que ainda é predominante a compreensão de que ser avaliado é fazer prova e que o êxito ou fracasso está relacionado à quantidade de acertos.
Como fazer com que a avaliação deixe de ter o caráter classificatório e passe a ser entendida como parte de um processo?
Maria Teresa - É preciso realizar, no cotidiano escolar, práticas de avaliação que dialoguem com o conhecimento e não com aconhecimento e que todas sinalizam, pelo desconhecimento que anunciam, aprendizagens que se fazem necessárias, gerando novas possibilidades de ensino.
A avaliação classificatória contribui para a inclusão/exclusão social?
Maria Teresa - Em uma sociedade profundamente desigual como a nossa, em que parcelas expressivas da população são excluídas de direitos básicos como alimentação, moradia e saúde, não é de se estranhar que as pessoas também sejam excluídas do direito à educação.