CUNHA LIMA
Já em 1955, projeta a Igreja da Vila Madalena, em São Paulo, uma obra que, apesar de estar muito descaracterizada hoje, ainda expõe inovações da época, como o altar central, a expressão estrutural, e o concreto aparente. Vale a pena salientar que essa foi uma das primeiras obras, se não a primeira, a explorar a linguagem do concreto aparente, característica marcante da produção paulista. Nesse projeto, desenvolve uma colaboração com Guedes o arquiteto Flavio Império; logo em seguida, Sergio Ferro também colabora com Joaquim Guedes. Assim teve início uma linhagem de várias gerações de colaboradores de grande competência que encontraram em seu escritório um espaço para desenvolverem seu talento.
A convivência em sociedade com Carlos Milan (1927-1964) foi muito importante para ambos. De um lado, Milan com sua influência inicial de formação mackenzista da arquitetura norte-americana, e do outro lado Guedes, no convívio com Vilanova Artigas e toda uma discussão de produção arquitetônica desse período.
É de se destacar dessa época a produção do Concurso de Brasília e as casas D'Elboux (1962, Milan) e Cunha Lima (1958, Guedes) que, produzidas individualmente, explicitam a influência que cada um teve no trabalho do outro e a identidade que essas obras assumiram dentro do panorama da arquitetura brasileira. Guedes confidenciou uma vez que a sua grande preocupação com o detalhe foi oriunda do convívio com Milan, com quem compartilhou muita amizade, tornando-se compadres.
A casa Cunha Lima mereceria um capítulo à parte em sua obra, pois marca uma nova linha de atuação com a estrutura explicitada de maneira bastante crua, aparente e inovadora. É uma das primeiras obras