Culturas e línguas indígenas do brasil
Darcy Ribeiro analisa em seu trabalho o comportamento dos grupos indígenas entre os anos de 1900 e 1957, comparando a situação desses grupos em 1900 comparando-a com sua situação em 1957. Em 1900, ele classificava os indígenas em quatro grupos: as isoladas que as de contato, as de contato permanente e as tribos integradas. As tribos isoladas tiravam da região em que viviam e do seu próprio trabalho, tudo o que necessitavam, e mantinham plena a sua autonomia cultural. Os grupos de contato intermitente conservavam certa autonomia cultural mas adquiriram necessidades que só através de relações econômicas com os civilizados podiam satisfazer. Os de contato permanente perderam grande parte da autonomia cultural mantinham dependência dos produtos da civilização. Muitos já exprimiam-se em português. A partir do momento que começaram a participar de nossa economia mercantil, desorganizou-se o seu sistema de subsistência, quebrando-se os antigos núcleos de cooperação e aumentando cada vez mais a sua dependência. Os grupos integrados são aqueles que conseguiram passar pelas etapas acima descritas e sobreviverem, sendo absorvidos, posteriormente como reserva de mão-de-obra ou de produtores especializados de certos artigos para comércio. Dos grupos analisados, este é o que sobrevive em maior nível de miséria e precárias condições de vida. Não há mais a possibilidade da reconstrução da cultura, não se tem mais sua língua original. Percorreram todo o caminho da aculturação, porém, ainda desenvolviam certos rituais que consideravam pertencer aos seus antepassados. Em 1900, das 100 tribos isoladas, apenas 134 se encontravam em contato permanente apenas 13 encontravam-se em convívio permanente. Para as frentes agrícolas, os índios são vistos apenas como mais um, obstáculo. Essas frentes agrícolas entram em confronto com os índios para se alojarem e estender as suas lavouras. Em 1957, além das quatro divisões ora citadas,