Cultura
A partir do capitalismo tem-se desenvolvido na sociedade uma dependência de necessidades materiais sem fim que levam a chamada sociedade de consumo. O desejo pelo material acaba por ser descontrolado e vai além de consumir o necessário. Em nossa sociedade, é preciso ter dinheiro para suprir as necessidades humanas e os caprichos culturais. Eu só posso amar e ser amado se tiver dinheiro. Todas as atividades humanas estão subordinadas ao tempo, que por sua vez depende do dinheiro. Cada segundo vale dinheiro. Nem mesmo água é gratuita. (BIRO, s/d, p. 01). Esse fenômeno de descontrole se tornou uma condição humana comum a nossa sociedade. Somos capitalistas em uma sociedade que cultua os valores materiais e por isso chega a menosprezar os demais valores. Em algumas situações prezam-se mais os bens materiais ao bem humano. Segundo Mancebo (2002), a diferença entre o consumismo dos séculos anteriores e desta geração é que, antes se consumia para viver, hoje, vive-se para consumir. O ser operário-consumidor não conhece outro estímulo a não ser o estigma do culto ao bem material, seguindo assim uma servidão que é explorada nos mais diversos níveis pela indústria cultural. Enquanto os pais são manipulados por essa indústria, os filhos, os jovens, também se vêem na mesma situação. A crise de identidade dos jovens é um alvo bem específico para a indústria cultural que se beneficia da falta de conhecimento da dimensão da subjetividade coorporativa da parte desses jovens que alienados se tornam vítimas perfeitas de um plano maior da sociedade manipulativa. A valoração de bens é altamente aproveitada pela indústria cultural que visa o lucro acima de tudo. Temos que adquirir, comprar: ter e reter são os mais importantes objetivos de vida. E como ainda por cima não sabemos lidar com as frustrações oriundas do fato de não podermos ter tudo o que se desejamos, as emoções extravasam em mais consumo, em uma catarse de consumismo.