Cultura
Primeiramente a palavra cultura, expressava ato, efeito ou modo de cultivar, porém, a partir do século XVIII a mesma passou a ser vista de maneira diferente, tornou-se um critério utilizado para determinar o nível de desenvolvimento de uma sociedade. Logo, cultura passa a ser vista como a união de práticas que permite avaliar e hierarquizar as sociedades resultando em desenvolvimento, progresso.
Segundo a antropologia, foi necessário criar um padrão para medir esse grau de evolução, e esse padrão foi a Europa capitalista. Passaram a ser avaliados nas sociedades elementos definidores do grau de cultura (Estado, mercado e escrita); as sociedades dentro dos padrões determinados eram consideradas cultas, já as sociedades fora dos padrões, primitivas ou pouco evoluídas.
Uma vez determinada cultura como sinônimo de evolução e progresso, acreditava-se que aquelas sociedades primitivas alcançariam um dia um nível mais elevado de cultura já que progrediria. A cultura europeia capitalista ficou definida como o ponto final necessário do desenvolvimento de toda civilização; e como apoio as civilizações primitivas, essa cultura justificou o colonialismo.
A partir da segunda metade do século XX os antropólogos passaram a analisar cultura como uma característica própria de cada sociedade, individualmente. Daí, cultura ganhou novo significado: campo das formas simbólicas. Passou a ser entendida como criação coletiva da linguagem, religião, dos instrumentos de trabalho, das formas de habitação, culinária, vestuário, manifestações do lazer, da música, da dança, etc.
Com essa nova concepção, surgiu uma dificuldade em diferenciar comunidade e sociedade - comunidade: indivisão interna, bem comum; sociedade: isolamento, fragmentação, divisão interna.
A sociedade de classes institui a divisão cultural a qual evidencia um corte entre cultura formal e cultura popular. Pode ser denominada cultura dominada e dominante, opressora e oprimida,