Cultura e comida
Para compreender e relacionar a temática de comida e cultura será necessário abordar algumas questões antropológicas pretendendo-se assim, descodificar a influência da cultura na alimentação humana. Na antropologia a cultura pode ser entendida como um sistema simbólico, um conjunto de mecanismos de controlo,planos,regras e instruções que orienta o comportamento do ser humano assumindo um caracter publico e, portanto, não individuais partilhados entre os membros do sistema cultural. Pode-se afirmar que os nossos hábitos alimentares fazem parte de um sistema cultural repleto de símbolos, significados classificações, de modo que nenhum alimento está livre das associações culturais que a sociedade lhes atribui. Nesse caminho, vale dizer que essas associações determinam aquilo que comemos e bebemos, o que é comestível e o que não o é. Símbolos, significados, situações, comportamentos e imagens que envolvem a alimentação podem ser analisados como um sistema de comunicação, no sentido de que comunicam sobre sociedade que se pretende analisar. É possível, ainda, argumentar que a cultura alimentar é constituída pelos hábitos alimentar e sem um domínio em que a tradição e a inovação têm a mesma importância. Ou seja, a cultura alimentar não diz respeito apenas àquilo que tem raízes históricas, mas, principalmente, aos nossos hábitos cotidianos, que são compostos pelo que é tradicional e pelo que se constitui como novos hábitos. Um outro aspecto da cultura alimentar refere-se aquilo que dá sentido às escolhas e aos hábitos alimentares: as identidades sociais. Sejam as escolhas modernas ou tradicionais, o comportamento relativo à comida liga-se diretamente ao sentido que conferimos a nós mesmos e à nossa identidade social. Desse modo, práticas alimentares revelam a cultura em que cada um está inserido, visto que comidas são associadas a povos em particular. Portanto, o que se come, quando, com quem,por que e por quem é determinado culturalmente,