Cultura: um conceito antropológico
O texto inicia com diversos exemplos de como o ser humano, em decorrência da cultura, pode ter comportamentos diferentes, possuindo as mesmas referências biológicas.
De acordo com a antropóloga Ruth Benedict “a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo.” São consideradas nessa parte as questões de ordem moral, valores, comportamentos e posturas corporais como heranças culturais.
Para o autor, “o modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural, ou seja, o resultado de operação de uma determinada cultura.” Laraia nos dá um exemplo bem simples, mais muito eficaz, para ilustrar esta perspectiva: o riso. Pessoas de diferentes culturas riem de coisas diversas e por razões diversas. Um índio Kaapor pode rir de susto; os japoneses por vezes riem por etiqueta; os americanos riem de comédia pastelão, etc.
Da mesma forma que o riso, o uso que se faz do corpo também depende da cultura, como sugere o autor ao citar o artigo de Marcel Mauss, “Noção de Técnica Corporal,” no qual analisa as formas como os homens, de sociedades diferentes, sabem servir-se de seus corpos. “Resumindo, todos os homens são dotados do mesmo equipamento anatômico, mas a utilização do mesmo [...] depende de um aprendizado e este consiste na cópia de padrões que fazem parte da herança cultural do grupo.”
O etnocentrismo é o fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura e considera o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. É um fenômeno universal, e em casos extremos é responsável pela ocorrência de numerosos conflitos sociais. “Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos padrões culturais de povos diferentes.” Nem todo pensamento ou opinião que eu tenha a respeito de um determinado assunto, será o mesmo de todas as outras pessoas. Cada indivíduo faz suas próprias escolhas e