Cultura um conceito antropológico
Autor: Roque de Barros Aranha
Os antropólogos estão convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais. São velhas as teorias que atribuem capacidades específicas inatas a “raças” ou a outros grupos humanos. A espécie humana se diferencia anatomicamente e fisiologicamente através do dimorfismo sexual, a antropologia tem demonstrado que muitas atividades atribuídas às mulheres em uma cultura podem ser atribuídas aos homens em outra.
O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, esse processo é chamado de endoculturação.
Determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural. Estas teorias, desenvolvidas por geógrafos, ganharam popularidade. Huntington, em seu livro Civilization and Climate
(1915), formula relações entre latitude e os centros de civilização, considerando o clima como fator importante na dinâmica do progresso.
Em 1920, alguns antropólogos refutaram esse tipo de determinismo e demonstraram que existe uma limitação na influência geográfica sobre os fatores culturais e que é possível e comum existir diversidade cultural em um mesmo tipo de ambiente físico.
A cultura age seletivamente, de acordo com a antropologia moderna, e não casualmente sobre seu meio ambiente, explorando determinadas possibilidades e limites ao desenvolvimento.
A grande qualidade da espécie humana foi a de romper com suas próprias limitações, por se o único a possuir cultura o difere dos outros animais.
Kultur, termo germânico, era utilizado para simbolizar todos os aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto a palavra francesa Civilization referia-se principalmente as realizações materiais de um povo. Ambos os termos foram sintetizados por Edward Tylor (1832-1917) no vocabulário inglês
Culture, que tomado no seu amplo sentido etnográfico é todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte,