CULTURA UM CONCEITO ANTROPOL GICO
CULTURA: Um conceito antropológico
Autor: Roque de Barros Laraia
“Tenho o futebol no sangue”. Tinha que ser pãoduro como todo judeu... É comum, entre os diferentes setores de nossa população, a crença nas qualidades (positivas ou negativas) transmitidas por herança genética.
O problema deste tipo de explicação é que facilmente as diferenças sociais são justificadas por discriminações raciais e sociais. Da natureza da cultura ou da natureza à cultura
Heródoto considerava os costumes dos lícios diferentes de "todas as outras nações do mundo", onde este estava tomando como referência a sua própria sociedade patrilinear, agindo de uma maneira etnocêntrica, embora ele tenha teoricamente renegado esta postura.
O padre José de Anchieta (1534-1597), ao contrário de Heródoto, se surpreendeu com os costumes patrilineares dos índios Tupinambá e escreveu aos seus superiores:
“Porque têm para si que o parentesco verdadeiro vem pela parte dos pais, que são agentes; e que as mães não são mais que uns sacos, em respeito dos pais, em que se criam as crianças, e por esta causa os filhos dos pais, posto que sejam havidos de escravas e contrárias cativas, são sempre livres e tão estimados como os outros (p12)”.
O Determinismo Biológico Para Laraia, são velhas e persistentes as teorias que atribuem capacidades específicas inatas a "raças" ou a outros grupos humanos. Contudo, os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais. Segundo
Felix Keesing, "não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado".
enfatiza Laraia, o comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo que chamamos de endoculturação. Um menino e