Cultura religiosa
Inicialmente, deve-se apontar a visão de Deus e da espiritualidade apontada pelo físico Marcelo Gleiser no texto que serve debase para esta análise. O autor não emprega a palavra Deus para conceituar o criador do universo e de todas as coisas, preferindo empregar o termo natureza. Afirma ainda que não tem fé no sentido cristão, mascompreende a capacidade quase que miraculosa do ser humano de entender o mistério do universo, de ter essa confiança de que é possível como uma manifestação de fé.Desta forma, a espiritualidade, para Gleiser, é a somatória daconfiança naquilo que é possível e na crença de que se pode entender certos mistérios da vida, mas não é possível entender tudo. Quanto aos entraves entre a ciência e a religião, no sentido de estabelecer uma relação de diálogo crítico-construtivo entre ambas, o autor menciona a dificuldade de um cientista em aceitara existência de uma entidade sobrenatural no universo, porque vai contra toda a estrutura do pensamento científico. Da mesma forma, a ciência não dá às pessoas o senso de comunidade e de pertencimento que a participação do ato religioso propicia. É importante apontar a possibilidade de se assumiruma visão científica, somada a uma visão complementar, a qual não é alcançada pela ciência, ou seja, ambas são complementares e podem – e devem – coexistir.
Marcelo Gleiser se diz agnóstico. Agnosticismo é a visão filosófica de que o valor de verdade de certas reivindicações, especialmente afirmações sobre a existência ou não existência de qualquer divindade, mas também de outras reivindicações religiosas e metafísicas, é desconhecido ou incognoscível. No sentido popular, um agnóstico é alguém que não acredita nem descrê (não nega a possibilidade) na existência de um Deus, ao passo que um ateu não acredita na existência de um ou mais deuses (mas também não necessariamente nega, como é o caso do ateísmo cético). No sentido estrito, no entanto, o agnosticismo é a visão de que a razão humana é