Cultura religiosa
Antecedentes da Reforma
“As origens da Reforma em um sentido bastante amplo devem ser procuradas no processo emancipatório do final da Idade Média, que levou à Idade Moderna. [...] a reforma deve ser vista como um período entre a Idade Media e a Idade Moderna”. (14)
“Após o cisma (1378-1417; 1449) e depois do Concílio de Basiléia, os papas tivera que buscar reconhecimento junto aos príncipes, imperadores e reis, concedendo ao Estado grandes poderes sobre a Igreja. O resultado foi o surgimento das Igrejas Territoriais, isto é, de Igrejas, dependentes do poder secular, que tanto podia ser representado pelo rei, príncipe como pelos conselhos municipais. Sem esse desenvolvimento não podemos entender a geografia religiosa criada em toda Europa desde fins do século XV e ao longo do século XVI”.(15)
“Ao conceder os direitos do padroado aos reis de Portugal e de Espanha e, mais tarde, aos demais reis europeus, para assim estes fugirem das idéias do conciliarismo, os papas acabaram por estabelecer que os reis determinassem a vida religiosa e o preenchimento de cargos eclesiásticos”. (15)
“Assim o príncipe passou a controlar as ofertas do povo. Os decretos episcopais só tinham validade após a autorização real. [...] As intervenções de príncipe e cidades, que vão possibilitar a introdução da reforma luterana e da calvinista, a criação da Igreja Anglicana ou a introdução das decisões de Trento, não são novidades surgidas no século XVI. São anteriores.” (15)
“[...] Assim, a Igreja foi responsável pela formação literária, pelo direito, pela tradição política e pela técnica.”[...] (15)
[...] “devemos ver a Reforma de século XVI com resposta verdadeiramente revolucionária ao fracasso das reformas dos séculos XIV e XV. [...] buscando fazer a Igreja retornar as situações primitivas da Igreja Antiga, como podemos constatar em Thomas Müntzer e nos anabatistas. [...] Ao não observar as maiores necessidades religiosas das pessoas,