Cultura nas análises de Raymond Williams e E. P. Thompson
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMAS E SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Cultura nas análises de Raymond Williams e E. P. Thompson.
Trabalho apresentado à disciplina Seminário de História Moderna e Contemporânea V, ministrada pelo Profº Ronaldo Pereira de Jesus.
Miryah Maia Lemos
Mariana
2012
Em busca de uma breve definição, para o termo “cultura”, pode-se rapidamente, até mesmo com uma simples folheada no dicionário, concluir como um legado de criações e tendências do indivíduo.
Com base em grandes nomes da História, neste caso em Raymond Williams e E. P. Thompson, iremos nos aprofundar neste estudo a fim de que possamos compreender melhor esses dois conceitos.
Maria Elisa Cevasco, inspirada em Raymond Williams, concorda que o termo cultura, até o século XVIII, significava uma atividade, a cultura de alguma coisa, em geral animais e produtos agrícolas. A partir do período final do século XVIII, o termo cultura passou a ser utilizado como correspondente ao termo civilização. Civilização então, era aceita como um estado realizado, originado de civitas (ordenado, educado), em oposição, portanto, ao estado natural da barbárie. Mas este estado realizado também era caracterizado pelo seu desenvolvimento, isto é, um estado civil, civilizado, educado, que teve progresso. Williams afirma que, nesse sentido, os termos cultura e civilização eram intercambiáveis.
No discurso iluminista deste período, formulado na França, e que corroborou teoricamente com as transformações sociais capitalistas, a idéia de civilização era sustentada na crença da razão, que levaria o progresso às sociedades. No entanto, o próprio processo histórico de afirmação do capitalismo questionou esta concepção e, segundo Williams, a crítica a esta idéia surgiu neste mesmo país, com o pensamento de Jacques Rousseau. Além disso, a correlação entre cultura e civilização também sofreria um ataque dos intelectuais alemães,