Historiografia marxista no século XX
1 – MARX, ENGELS, MATERIALISMO HISTÓRICO E HISTORIOGRAFIA NO SÉCULO XX
A atualidade do pensamento marxista tem sua relevância garantida a partir do método materialista histórico enquanto “fio condutor” da análise histórica e prática social. Foi com esse objetivo que Marx e Engels dedicaram considerável esforço de pesquisa com o objetivo de investigar historicamente as contradições sociais de seu presente.
Karl Marx (1818-1883) nasceu em Treveris na Alemanha, na época do reino da Prússia. Marx provém de uma família de classe média, seu pai era advogado e também conselheiro da Justiça alemã. Marx estudou em Berlim, onde iniciou os estudos filosóficos com orientação hegeliana. Na juventude, Marx propôs uma aliança entre a filosofia alemã com a revolução política proposta pelo socialismo
Francês em crítica ao humanismo radical de Feuerbach e ao idealismo hegeliano.
Friederich Engels (1820-1895) foi filho de um rico fabricante de tecidos, teve formação no campo da economia, estudou sobre as experiências vividas pelos trabalhadores na Inglaterra como elucida sua obra “A Situação da Classe operária na
Inglaterra”. É justamente de Engels que procedemos elementos fundamentais da crítica a economia política que Marx desenvolveu posteriormente.
O método materialista histórico, diluído nas obras de Marx, surgiu quando ainda era um jovem hegeliano de esquerda. Ao tratar em uma série de quatro artigos sobre o roubo de lenhas, que havia se tornado um delito comum em praticamente toda
Europa, Marx avaliou que os “infratores” estavam sendo julgados por um conjunto de leis a serviço de interesses particulares. Era, portanto, a defesa da propriedade privada que surgia da usurpação dos bens comuns dos camponeses.
Em 1844, Marx e Engels escreveram sua primeira obra juntos “A Sagrada
Família”, que era a tentativa de ambos definirem suas posições frente a filosofia alemã. Em 1845, Marx formula as teses de Feuerbach. Nesta