Cultura do Período Kamakura

Cultura do Período Kamakura
Os samurais implantaram uma nova ordem político-social bastante criativa que não destruiu a ordem anterior, pelo contrário, coexistiu ao lado do regime militar. Os fidalgos de Kyoto continuam a ostentar títulos pomposos do regime Ritsuryô como os de ministro-presidente, ministro da Esquerda, minostro da Direita, além de regente (sesshô) e conselho-mor do trono (kampaku), mas aos poucos são despojados do poder efetivo.
Porém, a preservação contínua de valores autóctones da cultura constitui importante e constante característica da história do Japão. Até as transformações mais profundas, como a introdução da cultura continental, com a chegada do budismo e do confucionismo, nos primórdios de sua existência, a reforma de Taika, a implanta;cão do regime Ritsuryô, a criação da ordem feudal, com a instalação do Kamakura Bakufu, a grande Reforma de Meiji e, mais recentemente, a derrocada militar de 1945 e outros acontecimentos que abalam o país, jamais resultam na destruição radical dos valores genuinamente nacionais. A Casa Imperial, o xintoísmo, o culto dos antepassados e outras características tradicionais da cultura do povo nipônico, nelas incluindo-se o amor à natureza, a apreciação do belo, etc., são conservados e respeitados.
A cultura Kamakura herdou a cultura nacionalizante do período anterior (Heian) e, recebendo o influxo das culturas das cortes de Sung (com a qual Kiyomori Taira, o primeiro chefe samurai a ocupar o poder, porém ainda na condição de alto dignitário da Corte, inicia intenso intercâmbio comercial e cultural) e Yuan (que tenta conquistar militarmente o Japão por duas vezes, em 1274 e 1281), cria muitas características próprias e originais.
Por exemplo:
Até o período anterior, os samurais eram subordinados aos aristocratas. Passam então a fortalecer seu poder substituindo os fidalgos e os sacerdotes não só no governo como também nas áreas da cultura; com isso contribuem para robustecer a participação popular no