Cultura de violencia
Todos nós ficamos chocados e indignados quando acontecimentos brutais, cruéis e selvagens, cometidos pelo homem, chegam ao nosso conhecimento através da Mídia; que sempre está a nos lembrar, a face oculta da nossa animalidade. Agressividade, violência e perversidade de toda ordem, são praticadas a todo o momento, em qualquer lugar da terra, pelo homem contra o seu semelhante;contra a Natureza, contra os demais seres vivos e até contra o Universo,quando entulha o Cosmo com toneladas de lixo,fruto da sua crônica insanidade. Quando ocorrem esses fatos aviltantes, a sociedade (todos nós) se horroriza e se mobiliza (condicionada pela Mídia) para castigar os cruéis criminosos. Políticos, governantes e autoridades, com ares de sincera preocupação com a nossa segurança, prometem criar, com urgência, leis mais severas e eficazes contra os terríveis marginais que fazem jus a Teoria de Darwin. É justo e natural que o clamor público, nesses momentos de impacto emocional, pela barbárie cometida pelos criminosos, se solidarize com as famílias das vítimas, tão tristemente enlutadas que exigem justiça (vingança), com punição exemplar para eles.
Outras famílias, também vítimas da violência, unem-se e reforçam o manifesto coletivo, criando grupos, associações e movimentos para combater a criminalidade crescente. Estamos acostumados a ver e ouvir essas famílias-vítimas, ostentando cartazes e fotos dos seus entes queridos tombados pelos criminosos, bradando palavras de ordem, como: “que a morte de nosso filho (a) não seja em vão”; “que a nossa perda sirva para evitar outras perdas”; “queremos justiça”, etc. Alguns políticos, do alto das suas falcatruas, fazem rodízio nas tribunas para desfiarem as suas costumeiras e demagógicas retóricas, em plangentes e exaltadas palavras vãs. Alguns, em convincentes trejeitos teatrais provocam emoções, parecendo ser eles os mais honestos, castos e puros legisladores do planeta. Apesar de tantos reclamos e protestos, em