Cultura das gincanas
Portão é só uma entre dezenas de cidades do Interior do Rio Grande do Sul que adotaram a cultura gincaneira, que envolve e engaja cerca de 80 mil pessoas em todo o Estado. A seguir, ZH faz um retrato de um dia nesse mundo, tão colaborativo quanto competitivo.
O apito inicial
A gincana começa muito antes das 13h do sábado marcada na agenda. Para a Equipe Noturnos, de São Jerônimo, contratada pela Liga dos Gincaneiros de Portão para ser a organizadora do evento, era o fim de dois meses de trabalho elaborando as 126 tarefas da gincana — cerca de cinco por hora.
As quatro equipes competidoras também não se organizaram às vésperas. Equipepino, Tatucascalho, Equipedrão e Tigres do Caribe já se preparavam desde a gincana anterior, com bingos, venda de frango assado e busca de patrocinadores. É preciso juntar um bom dinheiro — certa vez, gastou-se mais de R$ 1 mil na locação de um raríssimo disco de vinil que precisava ser apresentado em uma tarefa. Ninguém está ali de brincadeira: o foco é ganhar.
E não é fácil: no ano passado, a campeã de Portão ficou 320 pontos à frente da vice — em um universo de cerca de 50 mil pontos, uma prova pode decidir