CUltura Brasileira
A cultura não é uma entidade estática, ela se define por um processo, portanto na pode se restringir a uma eterna e única verdade, pelo contrário, é da essência do processo a mutabilidade, na medida em que alguns elementos são afastados para darem lugar a outros.
O que se chamaria de identidade cultural, se dá como um processo de singularização muito característico, que supera o etnocentrismo e dá conta das diferenças. Isso implica também construir representações, promover identificações e elaborar hipóteses sobre a identidade nacional fronteiriça, o que não deixa de ser um esforço ficcional. Até porque a própria linha divisória, ao demarcar as fronteiras, é geralmente pura ficção.
Por sua vez, sabe-se que toda a cultura não só ultrapassa os limites nacionais como também supera os arroubos chauvinistas, tendendo ao universal. Não sem motivo, aliás, enfatizam-se hoje certos produtos culturais deste ou daquele país como patrimônio legítimo de toda a humanidade.
Permanece, porém, a questão: o que faz a cultura ser nacional? Em outras palavras, o que é nacionalidade cultural?
Considerando-se que não se deve conceituá-la apenas pelos parâmetros dos contornos físicos, geográficos, esquecendo os aspectos sociais e valores morais, torna-se evidente a dificuldade da resposta.
Começa pela língua. No Brasil, o idioma nacional de hoje veio do estrangeiro, imposto pelo conquistador de ontem, para desgraça dos indígenas. Por igual razão, o catolicismo romano perdurou, por quase quatro séculos, como religião oficial entre nós.
Caso também intrigante é o nosso hino nacional. Na verdade, trata-se de uma peça lítero-musical oficializada, muito mais por decreto do que consagrada pelo enraizamento prévio, haja vista a penosa dificuldade que a maioria dos brasileiros sente, seja para entendê-lo e memorizá-lo do primeiro ao último verso, seja para interpretá-lo quanto à letra e ao canto, por mais bonito que ele nos pareça.
Também não falta quem se