Cuidar e ser cuiado

QUAL PAPEL NÓS SOMOS CAPAZES DE DESEMPENHAR COM MAIOR FACILIDADE, O DE CUIDAR OU DE SER CUIDADO?

Não há uma resposta correta, pois existem pessoas que cuidam e que sentem prazer dessa forma, e também pessoas que se realizam sendo cuidadas!
É difícil encontrar o equilíbrio entre esses papéis, deste modo, quem cuida desenvolve tanto esta especialidade que acaba renunciando ser cuidado, mesmo sem perceber. Da mesma maneira, quem se habitua a ser cuidado, tem a tendência de não desenvolver habilidades de cuidador, nem a sensibilidade para observar o momento certo para olhar e sentir que precisa cuidar e olhar para o outro.
O ato de cuidar envolve percepção do outro, envolve sensibilidade para saber quando isso se faz necessário, envolve empatia e simplicidade para aprender a respeitar a necessidade alheia sem prepotência, arrogância ou superioridade, mas principalmente com carinho e afeto, sem se tornar invasivo ou agressivo.
Já ser cuidado envolve humildade para aceitar o momento de carência e necessidade, envolve respeito consigo mesmo para não ultrapassar seus limites, também envolve empatia para escolher quem pode ser o “cuidador” onde entram também as capacidades de escolhas afetivas. Ser cuidado requer abrir mais de si até para si mesmo, reconhecer-se.
Um ponto para diferenciar o momento de cada posição, cuidar e ser cuidado, é apenas o sentir, sem buscar explicação, sem buscar razão ou ligação de coerência com situações vividas anteriormente.
A sensibilidade é o único instrumento com a capacidade de detectar tais circunstâncias, e é o que nos ensina a diferenciar o momento certo de exigir ou de abrir mão.
O equilíbrio entre esses dois pontos não é tarefa simples de se botar em prática, porque nos habituamos a agir com certos padrões de comportamento que nos fazem seguir verdadeiros rituais, como se fossem a única forma possível de lidar com os problemas.
Porém, parar para refletir sobre isso ajuda a buscar um pouco mais de harmonia entre esses