cuidados
Uma mesma denúncia pode envolver vários casos de violência. A negligência aparece na maior parte deles, cerca de 75% do total. A mais recorrente é falta de amparo e responsabilização, seguida de negliência em alimentação e limpeza, em higiene e em assistência à saúde. Há também, casos de autonegligência, que ainda tem números pequenos, com registros em crescimento ano a ano, 40 em 2011, 151 em 2012 e 197 casos de autonegligência em 2013. É o que acontece com idosos que se isolam para evitar incômodo aos parentes e amigos, pela idade avançada e a dependência de cuidados.
Há casos em que familiares entram com representação no Ministério Público para poder oferecer ajuda. “Há idosos que querem morar sozinhos e conseguem enquanto têm independência. Só que às vezes por problemas de saúde, como Alzheimer, ou transtorno mental, já não podem se cuidar direito e muitas vezes afastam as pessoas”, detalha a promotora Claudia Maria Beré.
Os casos de negligência estão ligados à falta de disponibilidade das famílias para cuidar dos idosos e em alguns casos, os filhos retribuem o abandono que sofreram na infância por seus pais. Há também, a falta de serviços públicos que ofereçam cuidado e acompanhamento enquanto os familiares não podem estar presentes.
No ranking de violência contra idosos figuram também, nesta ordem, a psicológica - citada 21.832 vezes, 56% dos casos, o abuso financeiro - 16.796 vezes, 43% dos casos e a violência física - com 10.803 casos, 27,72%.
O abuso financeiro costuma acontecer quando o idoso se torna mais dependente dos familiares para resolver questões do dia a dia. Neusa Muller, coordenadora geral dos direitos da pessoaa idosa da SDH (Secretaria de Direitos Humanos), alerta que além do abuso, que pode ser associado à violência física e psicológica em ambiente doméstico, a culpa por ter criado o