Crônica: Dias de Cão... Não
Psicologia Noturno – 1º Período
História da Psicologia – Professor Denner
Flávio Lobosque Lima
Dias de cão... Não!
Todos os dias a história se repete. Sete horas da manhã o alarme toca. Tomo meu cereal o mais rápido possível só pra poder deitar e tirar mais um cochilo.
O alarme toca outra vez. São sete e quarenta. Dou um tapa nele pra ativar a soneca. São cinco minutos confortáveis e quentinhos debaixo do cobertor, até ser interrompido mais uma vez pelo barulho desesperador. Mais teimoso que o alarme, sou eu. Outro tapa e mais cinco minutos tentando tirar o máximo de proveito da minha cama.
Levanto. O frio bate no fundo da alma. Vou trocar de roupa e ela está mais gelada ainda. A revolta toma conta do meu ser. Depois desse ritual saio de casa para o trabalho.
Enquanto isso, a Teca, minha cachorrinha, que estava deitadinha em sua caminha, só levantou para me fazer um agrado e voltou a dormir. O suspiro dela é a prova que ela está melhor que eu.
O dia que eu for presidente do mundo, meu primeiro decreto será abolir o trabalho pela manhã. É desumano.
Entre num ônibus às sete e meia da manhã e veja se há algum ser humano feliz, de bem com a vida. Não existe!
Não há motivo para alguém sair às oito horas da manhã para comprar roupa, ir no supermercado ou comprar uma bijuteria.
Pior ainda, é ter escutar um bom dia falso e ter que retribuir com outro bom dia mais falso ainda. Não respondo. Acordar de manhã cedo, não faz meu dia bom e tenho certeza que nem a pessoa que me cumprimentou está de bem com a vida matutina.
E depois, no fim do dia, alguém ainda tem coragem de reclamar que teve um dia de cão. Quem me dera poder acordar a hora que quiser, dormir quando quiser, comer e brincar.
Dias de cão? Não! Dias de gente mesmo.