Crítica do Filme Elizabeth II - A era do Ouro
Dirigido por Shekar Khapur, a nova versão ressalta as questões pessoais de uma rainha virgem em volta com suas obrigações e desejos. Está lá toda a questão histórica pertinente a época que a rainha governou a Inglaterra, seus inimigos e as armadilhas realizadas para derrubar sua ideologia protestante, frente a uma Espanha católica com sede de domínio.
O filme é grandioso, elegante, delicado e sutil. A começar pelas cores vivas que há no figurino (Oscar de Melhor Figurino de 2008), contrastando com a frieza dos palácios e a opacidade das roupas dos homens. A roupa de Elizabeth acaba se tornando um contraponto para seus sentimentos e desejos. As tomadas do alto do castelo tornam viva e intensa a figura da rainha diante de tanta impessoalidade.
A rainha que nunca ri, aprende a relaxar os músculos da face quando se depara com um aventureiro, atraente, audacioso e sagaz. Elizabeth indiretamente acaba projetando nele as possibilidades de uma relação que até então não cogitava com ninguém. Porém ela é a rainha e não pode se dar ao luxo de ser livre e tomar as escolhas que bem entender. A cena do banho onde elogia o fato de sua empregada ser livre mostra o quanto seu desejo de liberdade é intenso.
Tão intenso que não aceita ser comandada e nem reprimida por um Deus e seus possíveis súditos. No seu mundo não há a palavra perdão. Mas ela teria perdoado a traição de Mary Stuart se as convenções não existissem. A cena que Mary Stuart é decapitada é de uma beleza impar. Raro de se ver no cinema. Uma cena onde devoção, morte e religião estão aliadas com a beleza. O figurino também dialoga com a cena, pois quando Mary Stuart retira