Crítica de esquerda do EL MÉTODO
Direito do trabalho II – Prof. Rodrigo Carelli
Roberto Perez
O filme retrata um processo seletivo, para uma importante vaga executiva, de uma grande empresa espanhola. O peculiar dessa história é a forma, ou melhor, o método com que se dá a seleção dos candidatos.
Os sete candidatos iniciais são colocados juntos em uma sala e submetidos a uma “dinâmica em grupo” que se inicia com a informação de que um dos supostos candidatos é um funcionário que trabalha no RH da empresa. Após essa informação, os candidatos são submetidos a provas de alta tensão psicológica.
A trama do filme vai mostrando os inúmeros jogos psicológicos feitos nessa dinâmica à custa da dignidade dos candidatos, que são filmados - numa espécie de big brother empresarial, não só dentro da sala, mas, inclusive, no banheiro – e levados a situações extremamente estressantes e vexaminosas.
Vale ressaltar que todos os candidatos já estão empregados, em bons empregos, e mesmo assim permanecem e querem participar. Isso demonstra como a lógica do sistema se insere na própria mentalidade do trabalhador, que aceita as condições como uma etapa necessária ao sucesso.
No momento em que os candidatos estão participando do processo, as ruas estão sendo palco da manifestação de trabalhadores. Aproveitando esse fato, um dos candidatos é constrangido a denunciar seu “colega” por ele já supostamente ter participado e liderado uma greve no início de sua carreira, ou seja, transformar em condição negativa o fato de ser um trabalhador consciente de seus direitos.
Outro aspecto que vale ressaltar é a eliminação, pelos próprios candidatos, de dois concorrentes. Um deles era um executivo que denunciou na imprensa que sua empresa praticava crimes ambientais. Tal atitude, após um debate, foi vista como infiel ao empregador e, portanto, o candidato foi eliminado. É mais uma vez a denúncia de como a inserção no sistema faz com que se assuma a vontade do patrão\empresa como acima