Crítica Arquitetônica em Entrevistas
- Como surgiu o interesse da senhora pela habitação social?
Eu sempre gostei dessa área, desde quando era estudante. Em 1979, ganhei um concurso para estudantes do BNH [Banco Nacional da Habitação], que premiava o melhor projeto de plano urbanístico e habitação popular.
- Qual foi seu primeiro trabalho profissional nessa área?
Trabalhei em planejamento na prefeitura de São Paulo após entrar em um concurso na Sempla [Secretaria Municipal de Planejamento], onde permaneci por dez anos. Mas o planejamento brasileiro é muito teórico: faz diagnóstico de tudo e não desenha quase nada. (O intuito não é prescrever soluções, mas evidenciar problemas / A crítica, de modo geral, constitui elemento norteador, capaz de discernir valores, gerar debate, avaliar significados e indicar caminhos / Julgamento ou apreciação desfavorável.
- Falta a prática ou a vontade política?
Não sei. Tenho uma assessora que é suíça e ela diz que quando chegou aqui sentiu falta de urbanismo. Quando estudei no Paraná, a cadeira de urbanismo era dada por Jaime Lerner, mas, em geral, na formação do arquiteto em São Paulo ela não existe, só planejamento urbano. (O intuito não é prescrever soluções, mas evidenciar problemas/. A crítica efetiva um diálogo com a obra e dela nos aproxima; provoca e faz avançar a reflexão / Crítica, de modo geral, constitui elemento norteador, capaz de discernir valores, gerar debate, avaliar significados e indicar caminhos.) Então vim para a secretaria, onde havia o Programa Guarapiranga, em 1993, de urbanização daquelas áreas. No início tudo era empírico, pois não havia experiências significativas e o Rio estava começando a fazer o Favela-Bairro. O Programa Guarapiranga não visava a habitação: o foco era o saneamento. (A crítica efetiva um diálogo com a obra e dela nos aproxima; provoca e faz avançar a reflexão / A crítica, de modo geral, constitui elemento norteador, capaz de discernir valores, gerar debate, avaliar significados e indicar