Crise
A década de 1920, para o Brasil, representa um processo de transição econômica e social, a partir do chamado modelo primário exportador, rumo a novo padrão de acumulação – o do crescimento para dentro –, que seria desencadeado a partir da Crise de 1929 e da Revolução de 1930. Transitamos, assim, do velho padrão primário exportador, onde o complexo cafeeiro paulista predominava, rumo a um novo, o da industrialização, que se firmaria a partir de 1933.
Marx, na “A Ideologia Alemã” (1845-46), afirmou que a base ou infra-estrutura da economia condiciona e determina não só a forma e a ação do Estado, mas também o resto da superestrutura. No “18 Brumário” (1852), a determinação é mais explicita: o modo de produção e as formas de propriedade condicionam as idéias, os sentimentos, as ilusões. Nos Grundisse, (1857-58), explicita a questão das Artes, especialmente da arte antiga convivendo com modos de produção mais modernos. 3 Posteriormente, na “Contribuição à crítica da Economia Política” (1859), a afirmação parece ser ainda radical, no sentido de que “o modo de produção e as relações de produção condicionam o processo social, político e intelectual em geral”.
Lembremos que no cenário internacional, entre 1870 e 1930, a 2a. Revolução Industrial se consolidava nos países mais avançados, e atingiria a fase do “Fordismo” nos EUA: automóvel, eletricidade, rádio, cinema e telefone promoveriam importantes transformações, tanto na Base como na Superestrutura. É este tambémo grande momento do crescimento da massa de trabalhadores, da expansão sindical e do início do Welfare State, ampliando também os direitos civis.
A notável expansão concentrada do capitalismo – que “recoloniza” o mundo periférico – promoveria também sua extroversão internacional junto aos países periféricos, para a conquista de mercados e posições econômicas. É o momento da luta concorrencial dos grandes trustes e cartéis internacionais, da queda da hegemonia do Imperialismo Inglês, substituído a