Crise no Egito. Fonte: História Online
Prof. Daniel Leite
Caros alunos,
as potências, pois compram armas, tem apoio diplomático e, em troca, mantém seus países sob controle para que empresas multinacionais possam operar com “segurança”. Para os ditadores, a venda de seus produtos (petróleo) garante a renda do
Estado e da elite dominante, já que o próprio país não tem mercado consumidor interno suficiente para garantir o lucro. A
“segurança”, no caso egípcio, também possibilita o turismo, responsável por 1 em cada 8 empregos no país e por 11% do seu
PIB.
Ainda é cedo para fazer previsões e interpretações sobre o que está ocorrendo na Tunísia, no Egito e em outros países onde a população está protestando contra o governo nas semanas que passaram. Na Tunísia o movimento derrubou a ditadura, mas não se sabe que tipo de governo virá a seguir. No Egito (até o dia de hoje, 31 de janeiro), o governo não caiu. Na Jordânia e no Iêmen houve passeatas mais moderadas.
É interessante, no entanto, pontuar algumas questões que vou desenvolver nas aulas ao longo do ano.
E então, do que tem medo o Ocidente?
Uma resposta possível: da democracia e do nacionalismo.
Em primeiro lugar, muito destaque foi dado pela mídia à forma como essas manifestações se organizaram: facebook e outras redes sociais. Certamente é um fato novo e importante, já que as redes sociais permitem comunicação instantânea e permitem que a informação seja difundida de forma muito veloz. Apesar disso, não se deve perder o foco: os movimentos surgiram porque há uma situação econômica e política grave, com muito desemprego e poucas perspectivas. Tunísia e Egito são países de governos laicos onde surgiu o que se poderia chamar de uma classe média urbana razoavelmente instruída e ligada ao mundo por via digital.
Muitos jovens (nas grandes cidades) estudaram e, uma vez formados, não conseguiram emprego. A crise econômica de 20082010 afetou severamente o turismo, contribuindo para o