contribuições das redes sociais para a queda de regimes autoritarios
O papel da comunicação digital na Primavera Árabe:
Apropriação e mobilização social 1
Vivian Patricia Peron Vieira2
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Artigo apresentado ao V Congresso da Compolítica, realizado entre os dias 08 e 10 de maio de 2013 na
Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR.
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Professora de Relações Internacionais do Centro Universitário UDF. Doutorado em andamento em
Relações Internacionais pela Universidade de Brasília. Mestre em Comunicação Social pela Universidade
Federal de Minas Gerais.
E-mail: vippevi@yahoo.com.br
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Resumo
O presente artigo busca compreender como se deu o uso das novas tecnologias da comunicação e informação no desenvolvimento de sucessivos levantes mundialmente conhecidos como Primavera Árabe.
Primeiramente explica-se o que é mobilização digital, apreendendo seu conceito e atrelando-o às implicações decorrentes da dinâmica da
Primavera Árabe. Em seguida busca-se explicitar o cenário e o processo político dos eventos analisados, apresentando seus principais atores sociais e suas reivindicações. Por fim, o artigo trata das ferramentas e plataformas digitais utilizadas pela própria população dos países envolvidos tendo como pano de fundo o debate de mobilização online e ativismo social. Conclui-se reconhecendo que o acontecimento da Primavera Árabe é mais amplo do que um fenômeno de comunicação digital, ainda assim as mídias sociais online desempenharam um papel significativo para o fortalecimento das manifestações e mudanças políticas, auxiliando, sobretudo na disseminação de informações para outros países da região.
1. Introdução
O final do século XX e o início do novo século marcam um conjunto de transformações políticas, econômicas, culturais significativas para as relações internacionais. O sistema bipolar deixou de existir com o fim da Guerra Fria, o terrorismo ganhou maior capilarização internacional, houve fortalecimento de movimentos antiglobalização, evidenciados em encontros de rodadas