Crise na Igreja - Renascimento
A difusão das ideias humanistas na Europa provocou um aumento das críticas à Igreja Católica. O racionalismo, o individualismo e o antropocentrismo clamavam por um cristianismo mais revigorado e coerente com os "novos tempos". Denunciavam-se, em especial, as riquezas da Igreja, os privilégios fiscais das propriedades eclesiásticas, a forma de vida de parte do alto clero e o abuso na aplicação e venda dasindulgências. Um bom número de autoridades eclesiásticas se dedicava ao estudo, relegando aos seus subordinados as tarefas espirituais.
Ademais, temos de ressaltar que houve nesse mesmo período uma crise religiosa. As epidemias, a fome e as guerras atingiram fortemente a Europa como um todo. Com isso, utilizando as palavras de Flávio Luizetto, ocorria uma "desorganização econômico-social na Europa".
A crise agrícola e suas consequências
Durante o século XIV, o solo chegou ao limite da produtividade. Com isso, as safras de cereais, base da alimentação europeia, foram seguidamente comprometidas. Isso comprometeu todo o abastecimento das cidades, ocasionando crises de fome e, consequentemente, deixando as populações vulneráveis às epidemias.
Em suma, esses problemas ocasionaram a morte de muitas pessoas, e acabaram por afetar ainda mais a produção de alimentos, pois quem mais sofria com a falta de alimentos eram exatamente as classes trabalhadoras. Com isso, faltaram cada vez mais braços para a produção.
Além da crise, o êxodo rural foi massivo, diversos camponeses foram para a cidade buscando proteção e trabalho. Com isso, as estradas, os diques e as plantações foram tomadas pelas florestas. Mas isso agravou ainda mais a situação calamitosa em que se encontravam as cidades, pois aumentou a falta de alimentos, uma vez que os responsáveis por sua produção haviam migrado. Enfim, estava pronto o cenário para o caos, que foi conhecido por meio das revoltas e agitações urbanas.
As lutas e agitações no século XIV