Crise na europa
Os efeitos na economia mundial gerados pela crise que assola a Europa não param de surgir. Este ano, pelo menos 330 mil empresas do mundo todo podem aumentar a quantidade de companhias falidas ao redor do globo – número 3% maior do que no ano passado. E o Brasil, mesmo não sofrendo tantos impactos, deve tomar cuidado, afinal, os reflexos da crise podem, de alguma maneira, afetar as empresas nacionais.
A estimativa é do Euler-Hermes, maior grupo mundial de seguros de crédito. No ano passado, o último Índice Global de Insolvência de Empresas (IGI) diminuiu 3%, mas, este ano o número deve subir novamente. A projeção é de que o número de empresas que declaram falência aumente em 25 dos 33 países monitorados pela empresa – que representam mais de 80% da economia mundial.
Para José Meireles de Sousa, coordenador do curso de Comércio Internacional da Universidade Anhembi Morumbi, os países europeus devem tomar medidas mais sérias para evitar que o número seja ainda maior. “Isso também implica na retirada de direitos sociais e trabalhistas, sem contar que os bancos devem diminuir o crédito, com políticas mais rígidas em função da crise”, argumenta.
Para ele, com a diminuição de créditos bancários, as empresas mais prejudicadas serão as de menor porte. “Grande parte dos empregos do mundo todo está nessas empresas. Com um número elevado de demissões, poderá haver mais trabalhos informais na sociedade, o que prejudica a concorrência e o desenvolvimento das companhias”, acredita.
Impactos no Brasil
Sousa comenta ainda que os danos podem afetar, em parte, o empresariado nacional. “Nossa economia é dependente de outros países. Nossas exportações estão ligadas, na maioria, às commodities. Se algum país não puder mais comprar de nós, isso afeta as empresas exportadoras”, explica.
Por outro lado, Roberto Simonard, professor de economia internacional da ESPM do Rio de Janeiro, acredita que a crise não deve aumentar o número de empresas que pedem falência no