CRISE FINANCEIRA 1987
Durante os anos anteriores ao “crash” de 1987 os mercados de ações apresentaram fortes ganhos. Os aumentos de preços na economia real ultrapassaram o crescimento dos lucros e pressionaram a inflação. Os preços das ações foram também impulsionados por tratamentos fiscais favoráveis dadas ao financiamento de aquisições corporativas, como permitir que as empresas deduzissem as despesas com juros associados à dívida emitida durante uma operação de compra, o que aumentou o número de empresas envolvidas em fusões e aquisições e empurrou para cima os preços das ações. No entanto, as perspectivas macroeconômicas durante os meses que antecederam a crise haviam se tornado incertas. As taxas de juros subindo globalmente e o crescente déficit comercial dos EUA, somado ao declínio no valor do dólar foram aumentando as preocupações sobre a inflação americana.
Paralelamente, os mercados financeiros tinham visto um aumento no uso de “trading programs” onde os computadores foram programados para negociar rapidamente quantidades específicas de um grande número de ações. Muitas destas operações ocorriam no mercado de futuros, em vez de no mercado à vista. Ao comprar futuros de índices de ações em um mercado crescente e vendê-los em uma queda de mercado se procura proteger os portfólios sem ter de necessariamente negociar as ações diretamente. A negociação no mercado de futuros foi geralmente preferida, pois era mais barata em corretagem. O que não se sabia naquele momento era o impacto real que uma negociação simultânea de contratos futuros causaria no mercado. Pela primeira vez na história os mercados de ações dos dois lados do Atlântico estavam interligados o que não havia ocorrido na crise da Bolsa em 1929.
Por volta do dia 14 de outubro de 1987, o mercado intensificou a desvalorização a partir da divulgação de que os benefícios fiscais associados a fusões seriam eliminados o que poderia causar dificuldades a várias empresas endividadas. Também pesou