Crise Energ tica e H drica
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Crise Energética e HídricaNesse verão, a crise hídrica, que regiões inteiras do Brasil já vivem há décadas, nacionalizou-se. Mais do que isso, através da crise hídrica, revelou-se o papel central da água. A crise hídrica transformou-se em “crise energética” no sul-sudeste e a crise energética, através da expansão desordenada das mega hidrelétricas, transformou-se em crise hídrica no norte do país, com o alagamento de estados inteiros próximos à bacia do Rio Madeira, onde estão localizadas as usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio.
O convívio entre seca e alagamento, escassez e abundância, traz à tona outro aspecto: os picos climáticos, consequência do aquecimento global. Mas, surpreendentemente, o que fazem os tecnocratas de plantão? Põem para funcionar as termelétricas, uma das formas mais eficientes de se produzir gases do efeito estufa e acentuar a possível causa climática que impulsiona a escassez hídrica e a “crise energética” a que ela, em tese, viria solucionar.
Ao mesmo tempo, a “grita” empresarial com a escassez hídrica no Sul maravilha revela os interesses por trás da transformação da água e da energia em mercadorias. Engana-se quem pensa que a maior demanda hídrica/energética brasileira advém do consumo individual/familiar. São os grandes conglomerados empresariais os responsáveis pela maior parte da demanda desses recursos.
No caso da energia, o consumo doméstico há muito tempo mantém-se estável na casa dos 10% do consumo total nacional. Mas se olharmos apenas para a demanda do setor mineiro-metalúrgico temos a significativa cifra de 15,2% do total da demanda nacional. Sua demanda de 38.635.000 de toneladas equivalentes de petróleo (tep) foi bastante superior ao consumo residencial, das cerca de 50 milhões de famílias que vivem no Brasil, que somaram o montante de 23.761.000 tep. Apenas a mineradora Vale, em suas operações totais em 2012, teve um consumo de energia de 5.374.032,67 toneladas equivalente de petróleo. Ou seja, o equivalente a