crise 29

636 palavras 3 páginas
Quando a Primeira Guerra terminou, em 1918, a Europa estava devastada e suas potências, enfraquecidas. Os Estados Unidos, já o país mais rico do mundo, passaram a suprir o continente de manufaturas e alimentos. Durante praticamente toda a década de 20, o aumento da produção gerou crescimento e prosperidade ao país, que dominou outros mercados, como a América Latina. Era tão grande o otimismo que se acreditava estar diante do fim da era dos ciclos econômicos – o vaivém da economia, períodos de recessão entre épocas de expansão, que ocorreram diversas vezes ao longo da história.

O governo facilitava a economia liberal, sem interferências, reduzindo impostos. Calvin Coolidge, eleito presidente americano em 1924, disse que “o negócio dos Estados Unidos são os negócios”. Com o mercado livre, leve e solto, surgiu uma nova moda, ao lado do Ford T e do jazz de Duke Ellington: investir em ações. A oferta de produtos como carros e eletrodomésticos só aumentava e empréstimos e vendas a crédito se popularizaram para ajudar as pessoas a comprar cada vez mais.

No meio da década, a Europa voltou a competir por clientela e a produção americana ficou superaquecida. Não havia consumidores para tanta oferta. Mas o otimismo não foi contido, afinal a “mão invisível” do mercado sempre se adaptaria para manter o país no rumo do crescimento. Em um discurso de 1928, o novo presidente, Herbert Hoover, declarou: “Estamos hoje mais próximos do triunfo final sobre a pobreza do que já esteve qualquer outra terra na história”.

Em 1928, a valorização das ações começou a dar passos bem mais largos do que o crescimento da própria economia. Novas tecnologias, como radiodifusão e carros, eram as queridinhas dos investidores. Uma ação da Radio Corporation of America, que em 1921 custava 1,5 dólar, valia 57 vezes mais sete anos depois. A especulação galopava. Em Salve-se Quem Puder, o historiador inglês Edward Chancellor afirma que em 1929 “os especuladores se tornaram surdos aos alertas.

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