criminalidade sociologia
O crime é um fenômeno causado por um amplo número de fatores de índole muito diversa, ponto que parecem esquecer aqueles que tentam questionar a importância de algum desses fatores afirmando que há pessoas expostas aos mesmos condicionantes e que não desenvolvem condutas criminosas. Obviamente, não há condições que garantam que uma pessoa cometerá crimes, mas é certo que determinados contextos favorecem mais a proliferação da delinqüência.
Um dos elementos que determinam o nível da criminalidade é justamente a definição legal do que constitui crime. Se forem tipificadas penalmente condutas sociais com um alto grau de aceitação social, como o “jogo do bicho”, o cometimento de crimes aumentará notavelmente.
Quando se fala em crimes, fala-se na realidade de um conceito amplo que inclui realidades e dinâmicas diversas. A primeira grande diferença é a que separa o crime não-violento do violento. Por sua vez, entre os violentos costuma-se distinguir os crimes contra a propriedade, isto é, com motivação econômica, e os crimes contra a pessoa. As pessoas que cometem crimes violentos estão expostas elas mesmas a sofrer lesões ou morte, de sorte que, em termos de custo-benefício, desenvolvem uma atividade de alto risco e, em geral, de retorno limitado. Já os criminosos de classe média alta dedicam-se preferencialmente a delitos cometidos sem violência, com lucro muito maior (fraude, etc.).
É consenso entre os especialistas que os maiores determinantes da criminalidade são estruturais e não diretamente vinculados ao funcionamento da Justiça criminal. Ou seja, a solução tradicionalmente defendida de “mais polícia” ou “melhor polícia” ajuda, mas não muda o quadro geral. No Brasil, quando comparamos as taxas de homicídio entre Estados e municípios, a dimensão de maior impacto é o grau de urbanização. Estados e cidades com maior população rural revelam taxas de homicídios muito inferiores aos Estados e municípios urbanos. A urbanização acelerada e