crimes no entorno do campus
CRIMES NO ENTORNO DO CAMPUS
Silvia dos Santos de Almeida
Héldson Tomaso Pereira de Lima
Henrique Antonio Monteiro Lopes
Maria Betânia Moraes Lisboa
Monique Kelly Tavares Gomes
5.1 ENTORNO DO CAMPUS
Nas sociedades contemporâneas a impunidade torna-se cotidiana e esse processo é particularmente visível em algumas áreas da existência social onde é mais provável ocorrer isenção de penalidade por crimes cometidos; tais áreas, denominadas por Dahrendorf (1987) de “áreas de exclusão”, são aquelas nas quais sempre há uma enorme quantidade de delitos que não é sequer registrada e, quando registrada, é baixa a probabilidade de que o caso venha a ser investigado. Um dos fatores que fazem com que o número de delitos e sua não comunicação à polícia seja elevado nesses locais é que – como comenta
Dahrendorf – há o reconhecimento, por parte do cidadão comum, da existência de espaços na cidade que se tornaram isentos do processo normal de manutenção da lei e da ordem.
No caso da cidade de Belém, tais locais são representados pelos bairros que aparecem sempre com o maior número de
108 registros, os quais são historicamente marcados pela violência praticada por delinquentes que lá atuam. É justamente no maior, mais populoso e mais problemático deles que está implantado o campus da UFPA.
O agravamento da crise social que se instalou no país principalmente por toda a década de 1980 e boa parte da década de 1990 e o número de pessoas que passou a residir nas comunidades do entorno da UFPA a partir desse período fizeram com que aumentassem consideravelmente os problemas de segurança do campus para conter o sempre crescente número de delitos que ocorriam no interior da
Universidade e em suas imediações. Embora algumas das dificuldades iniciais tenham sido contornadas com a criação da diretoria de segurança, as dificuldades relativas ao fluxo de álcool e drogas e a presença de delinquentes praticando roubos e furtos continuam até os dias