Criação ou evolução?
Encontrei em um livro antigo do Huberto Rohden1 uma resposta alternativa a esse velho embate entre ciência e religião. Muitos religiosos têm a dificuldade em aceitar a teoria da evolução, assim como muitos cientistas negam a criação. Apresentam ambas teorias como opostas e inconciliáveis, no entanto, diversos outros estudiosos não veem problemas com relação a isto e o autor citado é um deles.
Para Rohden, o princípio matemático que afirma não poder ser o efeito maior do que sua causa é totalmente válido, ou seja, uma causa menor não pode produzir um efeito maior. Deste modo, a complexidade do homem não poderia de forma alguma ter como causa algo menos complexo. Mas, isto não impede, por exemplo, que o homem tenha passado por um processo de evolução. Aliás, afirma que o homem foi evoluindo através do tempo, contudo, não de uma causa menor para um efeito maior e sim de uma causa maior, que poderíamos chamar de Deus, ou Infinito, para um efeito menor, Finito.
“A creação2 é a transição do Infinito para o Finito, ao passo que a evolução é a continuação de um Finito menor para outro Finito maior. Não poderia haver essa continuação evolutiva, se não lhe precedesse o início creativo. Além disto, é absolutamente impossível que uma potencialidade menor passe para uma potencialidade maior sem que, anteriormente a esse processo, exista uma Potencia Máxima. Um encanamento, por maior que seja, nunca fornecerá água, se, antes dele, não existir uma fonte ou nascente de água.”3
No exemplo de Rohden, o encanamento é um veículo intermediário entre a fonte e a torneira. Se houver no encanamento apenas uma tonelada de água, não pode sair da torneira mais de uma tonelada, mas se a ligarmos a uma nascente de água permanente, poderá sair milhares de toneladas, mesmo que o encanamento seja de meia polegada.
Pelo seu raciocínio, o homem é o mais perfeito dos animais e portanto não podemos admitir que o mesmo tenha vindo de outros animais, pois