Crescimento economico
Roberto Ellery Jr*
Resumo
Entre 1950 e 2003 o produto per-capita brasileiro subiu de 15% para 20% do americano, apesar de ter sido melhor que o desempenho de outros países da América Latina isto coloca o Brasil distante das experiências de sucesso encontradas em outras partes do mundo. Este capítulo analisa a acumulação de capital, trabalho e produtividade total dos fatores em busca de explicações para este fenômeno. A conclusão é que a baixa produtividade total dos fatores explica a maior parte da diferença entre o produto per-capita do Brasil e dos Estados Unidos. Desta forma uma estratégia de crescimento deve estar focada em variáveis que possam tornar a economia brasileira mais eficiente. Análise comparativa indica que medidas que aumentem a competição a que empresas locais estão expostas seriam a melhor maneira de colocar o Brasil em uma trajetória de crescimento sustentável.
1. Introdução
Após crescer a taxas médias superiores a 4,5% ao ano entre 1950 e 1980 o PIB per-capita brasileiro entrou em estagnação crescendo a taxas inferiores a 0,5% ao ano entre 1981 e 2005. Em termos comparativos a renda per-capita do Brasil passou de aproximadamente 15% da renda per-capita dos Estados Unidos em 1950 para 32% em
1980. No ano de 2003 a renda per-capita do Brasil tinha voltado a 21% da renda percapita americana, um patamar próximo ao do final da década de 1960. A análise comparativa com os Estados Unidos sugere que a queda na taxa de crescimento da economia brasileira está mais relacionadas à dinâmica da economia brasileira do que aos rumos da economia mundial.
A literatura em crescimento econômico apresenta duas explicações principais para o crescimento do produto ou da renda per-capita, acumulação de fatores e crescimento da produtividade1. Os modelos de tradição neoclássica, com funções de produção que apresentam rendimentos decrescentes e mercados competitivos, geram
resultados