Crescendo como um xinkrin
Ressaltando a importância de se atentar para a participação ativa das crianças na vida social e na construção de sentidos a partir de sua vivência e interação, Christina Toren(1990-1999) propõe que o entendimento sobre o mundo social é construído por cada indivíduo ao longo da vida a partir da intersubjetividade, pressupondo que ambas as partes , e não apenas o “socializador”,sejam tidos como agentes. Reconhecendo a criança como um agente que constrói suas relações e atribui sentidos, a antropologia revê a análise do processo de socialização, possibilitando que o estudo da infância nessas sociedades enfoque um mundo relativamente autônomo, aprendendo por imitação, que faz com que a criança, antes de chegar a puberdade, aprenda brincando, todas essas habilidades, tornando-se gradativamente um “ser social pleno”.
Para os Xinkrin, saber, conhecer, aprender, entender e compreender estão todos inseridos em duas capacidades, a de ver e ouvir. Quando afirma saber ou ter aprendido algo, pode optar entre dizer “eu já ouvi”, que poderia ser traduzido por “eu já vi”. Quando, correspondentemente, se refere a ter ensinado algo a alguém dirá (eu mostrei a ele/a) ou ( eu contei a ele/a). Além dos órgãos sensoriais que lhe capacitam a aprender e compreender, a criança deve também desenvolver (“fortalecer”) o coração, no qual os conhecimentos adquiridos são armazenados. O momento em que a criança está pronta para aprender é indicado por ela mesma, porém, há momentos de aprendizado coletivo, e conhecimentos que se considera apropriados para cada categoria de idade. O aprendizado coletivo ocorre principalmente quando se realiza rituais . Para eles, as crianças não apenas crescem fisicamente, mas tornan-se também mais envolvidas com a vida social, socializam-se. Para isso ,têm de desenvolver a habilidade de compreender o que é ou não socialmente aceitável. A vida da