creche do papai
Karl Marx era contrário ao ensino da filosofia e outras disciplinas de humanidades na escola básica. Ele entendia que o ensino básico tinha de se ater aos assuntos menos sujeitos aos comprometimentos de interesses doutrinários, devia ficar com as ciências mais “neutras”.
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Meu amigo Luís Felipe Pondé é um marxista, ao menos quanto ao ensino. Ele não pede a exclusão de disciplinas, mas, em seu artigo “Eu acuso” (Folha de S. Paulo 04/11/2013) ele exige que o professor (inclusive o universitário) não empurre o estudante para o endosso de qualquer posição, digamos, diante de uma concepção de mundo. Paradoxalmente, são justamente os professores marxistas que o incomodam.
Pondé reclama de uma suposta coerção subjetiva que estaria havendo no Brasil todo. A nossa população jovem estaria sendo obrigada a fingir-se marxista para poder passar nas provas. Até para entrar na universidade, via Enem, haveria a necessidade de se fingir marxista, dado que a prova estaria comprometida ideologicamente.
Não vou me fixar aqui no que Pondé disse do Enem. A maioria dos especialistas foi unânime em dizer que o Enem deste ano se pareceu muito com o vestibular tradicional. Poucas questões provocaram polêmicas. Creio que, quanto a esse assunto, Pondé simplesmente errou, talvez por causa de falta de tempo para checar o Enem. Vamos adiante.
Parece que Pondé caiu em uma armadilha que ele mesmo construiu. Ele se informa sobre as salas de aula do país, e inclusive sobre educação em geral, pelo que escuta de alunos que escrevem para ele. Ora, esse aluno que manda e-mail para o Pondé reclamando do professor que ensina Marx, certamente é um aluno afinado com ele. Todavia, muito provavelmente, trata-se de um amante dos exageros e rompantes de Pondé, que não raro prefere “jogar para