Costa do sauipe
HISTÓRICO
O momento não poderia ser mais propício, naquela véspera de virada de milênio. A cavalgada do valor do dólar em comparação ao real, que tinha tido início um pouco mais de um ano antes, sugeria que o turismo nacional se transformasse, em pouco tempo, na nova sensação do mercado mundial. Era de se supor que os olhos de viajantes de todo o planeta mirassem com mais atenção a um mercado que, se já havia estado no imaginário mundial - sobretudo nas décadas de 40 a 70, sob a figura austera do Cristo Redentor combinada com a alegria das praias e do carnaval - ansiava para voltar a ser sonho de consumo entre todos: o Brasil.
Empresários de todo o País, sem falar de vários grupos estrangeiros, mobilizaram-se para atender à nova e, de certa forma, esperada demanda. Os atrativos naturais continuavam lá, em grande parte. A infraestrutura turística de apoio, exemplificada em rodovias, resorts, aeroportos e malha aérea, se ainda não figurava entre as mais completas do mundo, já não era motivo de vergonha para o País. A isso se somava uma relativa vantagem em termos de custo-benefício das viagens. Apesar de ser um país distante dos principais mercados emissores de turistas - notadamente América do Norte, Europa e Japão -, o Brasil contava, naquele tempo, com uma moeda exageradamente desvalorizada internacionalmente, como atestavam os economistas.
Órgãos governamentais também sentiram, de imediato, os efeitos da nova conjuntura que se apresentava. Embalados por dados cada vez mais animadores de chegada de turistas e da receita vinda da atividade no País, passaram a participar cada vez mais constantemente dos eventos mundiais do setor. A ideia era aproveitar cada oportunidade para apresentar o Brasil ao mundo, num esforço que tentava reverter algumas imagens que especialistas apontavam como exageradas sobre o País, como violência urbana e saneamento básico precário. Os estandes brasileiros passaram a ser referência em grandes